Cerveja contra-hegemônica confirma posição de destaque
Quando alguém diz gostar de uma ou outra cerveja, e esta é mais barata, logo é tida como de qualidade inferior, e sendo mais cara, logo será tida como de qualidade superior. O blog do BM defere agora mais um golpe narcísico. A última vítima foi com os cachorro-de-madame. Com relação ao paladar, as vítimas anteriores foram a sobremesa mais cara do mundo e a enologia, ao mostrarmos que preço não tem nada a ver com qualidade e que o prazer proporcionado pelo vinho é melhor explicado pelo preço do que por um pretenso padrão estético transcendente à cultura. Em outras palavras, trata-se de mera construção mercadológico-social e não de um padrão transcendental gustativo acessível às pessoas de "bom gosto" ou "gosto refinado". Agora o golpe é com relação à cerveja.
Ao final dos anos 1990, a Antártica era a melhor cerveja Pilsen do mundo e a Brahma era a número 1. Juntaram-se na Ambev e diz-se, por uma briga de vaidades entre os antes inimigos e agora sócios, decidiu-se investir na terceira via, a Skol, então recentemente adquirida pela Brahma. Deu no que deu. A minguada Skol, antiga concorrente da Kaiser e da Malte 90, virou preferência nacional após intensos e longitudinais investimentos em publicidade.
Já outras cervejas são injustiçadas pela publicidade hegemônica neo-liberal ou do boca à boca. A Kaiser, acredito (tal opinião não expressa a de outros participantes deste blog) é uma das injustiçadas. Vem apelando sistematicamente que seu julgamento seja feito com base em critérios modernos, científicos do teste cego (no próprio site da empresa é possível aprender como fazer o teste cego, e baixar um formulário para auxiliar na pesquisa) e não à tradição (que diz que a kaiser é uma cerveja ruim).
Outra injustiçada é a Cintra. Reproduzo aqui parte de uma pesquisa feita pela revista pioneira em teste de mercadorias, “Pro-Teste”. Clique na imagem para ampliá-la.
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