Balu Mágico Football Club

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20.7.07

Kneipensoziologie, a Sociologia Weberiana do Buteco

Muitos são aqueles saudosistas que sentem falta da época em que os comunistas ocupavam todos os D.A.s e C.A.s., principalmente pelas freqüentes vinhadas proporcionadas por estes, sem muito aviso prévio. Tais vinhadas, além de oferecer grandes quantidades de vinhos contra-hegemônicos (estimulando assim os pequenos produtores), acima de tudo era um grande instrumento de socialização. Uma conjunção de repressão da reitoria e das diretorias da faculdade, aliada à má vontade dos C.A.s. e D.A.s de quebrar as normas, fazem com que a situação continue como está.

Uma volta aos clássicos pode servir para repensar certas coisas. Ninguém melhor que Max Weber (Emil Maximilian Weber na verdade), um intelectual acima de qualquer suspeita, um Nerd de erudição acima do normal (e do anormal também) para dar apoio aos valores balusianos da relevância do etílico à vida das pessoas à nível de pessoas humanas.




Weber e seus irmãos em 1879. Weber (o Max, pois uma vez que são irmãos, todos são Weber!) é obviamente aquele com o livro no colo. Ao menos é o que se parece mais com ele adulto.










Weber, na primeira nota do texto “O caráter nacional e os ‘Junkers’” de 1921, tratou do que pode ser chamado respeitosamente de “sociologia do buteco”, Kneipensoziologie no alemão (termos em alemão sempre têm maior credibildade). Ressalta aí a relevância social das confraternizações regadas à muita bebida. Vejamos as palavras do grande mestre.




Max Weber deu nome até à praças, como esta em Munique.





“Experimentei, com freqüência, entre várias associações, esse tipo de Kneipen (festas das associações estudantis destinadas às libações alcoólicas)..., por vezes durante semestres. E mais tarde passei noites nas mesmas associações quando todos estavam bêbados. Eram simplesmente homens diferentes, que acreditavam na bebida [nós também, tio Weber!]. Com freqüência consideravam-na mesmo necessária [nós sempre acreditamos que ela é necessária]. E é necessário dar uma oportunidade para que bebam muito. Se calcularmos tais oportunidades, qualquer calouro que seja um bom bebedor poderá embebedar os seus colegas mais velhos na associação, e a autoridade terá desaparecido. Ou se abolirmos a obrigação de honrar cada brinde, estaremos com isso abolindo a base da Kneipgemuetlichkeit (festas nas tavernas). Se proibirmos o embebedamento de um membro, estaremos deitando fora um meio de educação!"




A casa dos Weber ainda hoje é palco de bebedeiras entre estudantes. Podemos ver que o dionisíaco e o apolíneo apesar de irreconciliáveis, podem ser alternados. Fonte










A importância do “cara, fossê é jenti boa di maaais!
"Peço que essas palavras não sejam citadas fora de seu contexto. Afinal de contas, nossa vida associativa estudantil deve constituir uma cadeia de medidas educacionais: e todo membro de uma associação duelista confirmara que, em sua vida depois da escola, jamais lhe disseram a verdade com tanta sinceridade, de forma tão incrivelmente franca quanto na associação duelista. E como aceitavam isso? Por mais ridículo que pareça, a aceitação era produto da Kneipe."



Max Weber procura, visivelmente bêbado, uma coisa qualquer que só ele via no momento. Enquanto alguns viam fantasmas, Max via
quando bêbado coisas como "Espírito do Capitalismo" .











Bebedeiras e educação
"Para nós, o Kneipe é o que o treinamento do quar
tel e o passo de ganso, tão freqüentemente criticados, são para o soldado. Tal como a ordem “dobrar os joelhos” repetida centenas de vezes no campo de treinamento faz que o homem supere a preguiça, indiferença, teimosia, raiva, cansaço, e tal como essa ordem faz a disciplina surgir do sentimento de ser totalmente impotente e completamente destituído de iniciativa diante de um superior – da mesma forma que a ordem ‘beba tudo!’ sempre dá ao estudante mais velho a oportunidade de mostrar ao mais novo a sua superioridade absoluta. Pode punir, pode manter distância e a atmosfera que é absolutamente necessária à empresa educacional das associações duelistas – pois, do contrário, elas se transformarão em clubes! Naturalmente, a ordem ‘beba tudo’ nem sempre é aconselhável a todas as pessoas, mas de constituir uma ameaça iminente ao Kneipe tal como ‘dobrar os joelhos!’ é no campo de treino. Não obstante, em ambas as situações, os homens podem divertir-se muito"






Estudantes alemães e estrangeiros bebericam umas e outras na casa dos Weber.
Fonte

2 Comments:

  • At 7:17 AM, Blogger E PLURIBUS UNUM said…

    Vai daí a inspiração da frase doutro ilustre etílicamente correto
    doutor Jânio Quadros "BEBO PORQUE É LIQUÍDO SE FOSSE SÓLIDO COME-LO-IA!"
    AFÊ VAI SER BOM DE FRASE ASSIM LÁ NO CEMITÉRIO

     
  • At 6:25 PM, Blogger Unknown said…

    Sim, Jânio era bom de gogó - ou deveria dizer de goela-, porém não nos esqueçamos de nosso atual presidente,
    outro contumaz e assumido bebedor de líquidos. Aliás, aqui, assim, na boca miúda, dizem que foi numa mesa de bar, acreditando na invencibilidade do Corinthians, que o companheiro apostou o mindinho no resultado favorável do então próximo jogo do timão.
    Isso me traz à mente outra anedota etílica.
    O nem tão politicamente correto assim Frank Sinatra, Tio Sam o tenha, ao receber um copo d'água oferecido por um garçon, indagou, estupefato que estava, se o pobre servente achava que ele estava sujo. Apressadamente, após a resposta negativa do garçon, o cantor disse que, uma vez estando limpo,o diabo daquela água não seria necessária e que o rapaz deveria ir num pé e voltar noutro trazendo um uísquezinho básico.
    Esse causo não tem veracidade comprovada, uma vez que foi contado e ouvido numa mesa de boteco.O que importa é que ele é bastante exemplificativo.

     

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