Mais um Lançamento !

















O malaco, sem pensar
em escrevinhar,
a cantar passou o verão.
Eis que chega o fim de ano, e então,
sem monografia na despensa,
como saída, ele pensa
em recorrer a uma amiga:
sua vizinha, a formiga,
pedindo a ela, emprestado,
sobre guerras, idéias ali no ato,
até o bom tempo voltar.
"Antes de Agosto chegar,
pode estar certa a senhora:
monografia pronta, sem mora."
Obsequiosa, certamente,
a formiga não seria.
"Que fizeste até outro dia?"
perguntou ao imprevidente.
"Eu somente lia, sim, Senhora,
noite e dia, sem tristeza."
"Tu lias? Que beleza!
Muito bem: pois agora escreva..."
"não me importas", disse o malaco
"não preciso de te ti, és um saco
do esquadrão auri-celeste
ganho ajuda que me preste
o cone, velho companheiro
na minha casa alojado, perfeito!
está a me ajudar, sem desprezo
nesta correria, eu escrevo
ele revisa bem maneiro!
Do livro Fábulas de La Baluaine